Os primeiros bombeiros
O badalar dos sinos anunciava que estava acontecendo um incêndio. Homens, mulheres e crianças saíam de suas casas, ou de onde estivessem, e corriam do local onde o fogo destruía algo. Todos juntos, faziam uma enorme fila e do poço de água mais próximo, passavam baldes de mão em mão, até que eles chegassem ao local que estava em chamas. Isto acontecia no Brasil até 1856, quando não havia homens especializados e contratados pelos Estados para o cargo de apagar incêndios. Não havia o Corpo de Bombeiros. É certo que, naquela época as ocorrências eram de menor proporção. Não havia as grandes cidades, nem os grandes edifícios, nem os milhares de carros e motos circulando nas ruas e causando acidentes e atropelamentos, não havia ocorrências com pó químicos ou bombas, e, é claro, a população brasileira era muito, muito menor.
Em 1856, mais exatamente, no dia 02 de Julho de 1856, o Imperador Dom Pedro 2º, vendo a necessidade de ter homens “especiais” para combater o fogo, assinou o decreto 1.775, que regulamentava o“Serviço de Extinção de Incêndio”. Nascia assim o“embrião” do Corpo de Bombeiros no Brasil. Com o passar do tempo, o crescimento do Brasil e de sua população e a divisão por Estados, o Corpo de Bombeiros passou a ser uma necessidade e foram criados em todos os Estados do país.
A partir de 1954, por decreto presidencial, o dia 02 de Julho passou a ser o Dia do Bombeiro, uma justa homenagem a quem arrisca sua vida para salvar a do próximo.
Um pouco mais de história
Vigiles - Foi na antiga Roma que surgiu uma das primeiras organizações de combate ao fogo, quando Augusto, que se tornou Imperador, em 27 A.C., formou um grupo para patrulhar as ruas que além da missão de policiar a cidade também tinha a missão de impedir incêndios. Eram chamados de “vigiles”
Fogo e revoltas - Promulgada no ano 872 , é de Oxford, Inglaterra, uma das mais antigas normas de proteção contra incêndios que se tem notícia. Estabeleceu-se que seria dado, bem alto e a bom som, um toque de alerta em caso de incêndio, e que a partir dele todos deveriam sair para apagar o fogo. Mais tarde, Guilhermo, o Conquistador, aproveitou o fato de as pessoas estarem acostumadas com o alarme de incêndio e o “ampliou” para um toque de “alerta geral”, que servia tanto para apagar incêndios como para avisar das revoltas do país.
Brigadas Particulares - foi também na Inglaterra que surgiram as primeiras. Em 1666, em Londres, aconteceu um grande incêndio que destruiu grande parte da cidade, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Depois disso, ainda em 1666, as companhias de seguro formaram as Brigadas de Seguros Contra Incêndios, que eram brigadas particulares que tinham como objetivo proteger a propriedade de seus clientes, aqueles que pagavam o seguro, é claro.
O primeiro lugar - Foi em Boston,Estados Unidos, que surgiu, em 1679 o primeiro Departamento Profissional Municipal Contra Incêndios, na América do Norte. Foi depois de um terrível incêndio que destruiu 155 edifícios na cidade. A prefeitura de Boston importou da Inglaterra uma bomba contra incêndios e montou um departamento específico que tinha um chefe e 12 bombeiros.
Os mais atrasados - Enquanto em Boston a“tecnologia” e o profissionalismo ganhavam espaço, em comunidades como Massachusetts, sem bombas de água, a sociedade montou sistemas de defesa contra o fogo mais artesanais, como a exigência de que, em cada residência, fosse obrigatório ter disponível, cinco latas (tipo balde) que em caso de incêndio seriam usadas pelos moradores. O alarme era dado pelo sino da Igreja e os moradores (e seus baldes) tinham que se organizar em grande filas, desde o manancial mais próximo até o local do fogo, passando as latas cheias de água de mão-em-mão. O chefe dos bombeiros do local ficava de olho e os moradores que não saiam de suas casas com seus baldes para ajudar no combate ao incêndio eram multados.
Bombeiros voluntários - A falta de organização e disciplina dos “bombeiros voluntários” da época (e seus baldes obrigatórios) e também a tecnologia que trazia as bombas com motor a vapor, acabaram resultando na criação de departamentos profissionais contra incêndio. Em primeiro de abril de 1853, em Cinccinati, entrou em serviço uma organização de bombeiros profissionais que usavam bombas a vapor em veículos tracionados por cavalos. As primeiras escolas de Bombeiros surgiram em 1889, em Boston e 1914 em Nova York.
Plantão 24 horas - Na época da Segunda Guerra Mundial os Corpos de Bombeiros já estavam bastante estruturados em várias cidades do mundo, onde trabalhavam em dois turnos. Mas, por causa dos trabalhos constantes devido aos bombardeios, passaram a trabalhar em jornada de até 24 horas. A partir de então a situação, mesmo terminada a guerra, não mudou, porque entendeu-se a necessidade do plantão de 24 horas da categoria, já que acidentes e incêndios não tem hora para acontecer. E, no mundo todo, inclusive no Brasil, hoje, os Bombeiros estão a postos 24 horas.